Quando Porter (1986) teorizou a respeito da criação de vantagem competitiva sustentável em grupos estratégicos a visão demonstrada era de que forças externas dirigem e pressionam a firma e que “a meta da estratégia competitiva […] é encontrar uma posição dentro do grupo em que a companhia possa se defender contra essas forças competitivas ou influência-las em seu favor”, ou seja, que as forças existentes nos fornecedores e nos clientes, por exemplo, sejam menores que a firma, criando assim VCS, através do aumento de poder da mesma.
Por sua vez, WERNERFELT (1984) estendendo-se a partir do trabalho de Edith Penrose (1959), discorreu sobre a visão da firma baseada em recursos (RBV), que segundo Barney (1991) são atributos que podem conceber e implementar estratégia de criação de valor, sendo delegado aos recursos internos a criação de VCS, tendo a RBV, portanto, capacidade de propiciar a firma desempenho superior mediante a análise e utilização desses recursos conforme suas forças e fraquezas.
Os conceitos estabelecidos no modelo de Porter (1986) e no modelo de Wernerfelt (1984), corroborados por Barney (1991), possibilitam que o pesquisador estabeleça comunicação entre as duas visões gerando conhecimento maior com relação a estratégias competitivas.
Mesmo que para Porter (1986) os recursos não sejam relevantes e sim, a posição no grupo estratégico pode-se inferir uma complementaridade entre as duas visões: A RBV tem nos ativos (recursos) tangíveis e intangíveis (Wernerfelt, 1984, p. 172) fatores críticos de sucesso que quando direcionado na busca de uma posição favorável dentro da indústria agregam força superior, seguindo o modelo de Porter (1986), aos dos fornecedores e compradores, obtendo através dos recursos com características de valiosos, raros, de difícil imitação e de difícil substituição (Barney, 1991), resultando, por exemplo, aumento de barreiras de entrada na indústria em que se compete e consequentemente rentabilidade, corroborando o que Wernerfelt (1984) discorreu que recurso e rentabilidade andam juntos.
Acrescenta-se que recursos bem utilizados, sem desperdício, geram retornos sobre os investimentos. Estes retornos quando bem aplicados acrescentam a firma mais recursos, inclusive valor a marca, que por sua vez, aumentam o poder, por exemplo, sobre os compradores, estabelecendo assim um ciclo de crescimento sustentável, ou seja, vantagem competitiva sustentável (VCS).
* Artigo escrito para aprovação na cadeira de ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA no Mestrado de Administração na UNIVALI.